Cuidados


Altitude


      Precauções para os viajantes:
  • Evitar viajar directamente para altitudes superiores a 2750 metros para pernoitar, se possível. Interromper a viagem durante pelo menos uma noite entre os 2000 – 2500 metros de altitude, com vista a prevenir a doença da altitude;
  • Evitar grandes esforços físicos ou bebidas alcoólicas nas primeiras 24 horas a altitude elevada. Reforçar o consumo de água;
  • Se não for possível evitar uma subida rápida para pernoitar a altitudes superiores a 2750 metros, considerar a hipótese de quimioprofilaxia farmacológica, tendo para isso a necessidade de consultar a opinião do seu médico da Consulta de Aconselhamento ao Viajante;
  • Se planear uma escalada ou deslocação para grandes altitudes, é necessário um período de adaptação progressivo;
  • O viajante com doença pré-existente do foro pulmonar ou cardiovascular deve procurar aconselhamento médico antes de decidir viajar para estas zonas;
  • O viajante que, em altitude, desenvolve os seguintes sintomas deve procurar assistência médica:
    • sintomas de doença de altitude considerados graves ou com duração superior a 2 dias;
    • dificuldade respiratória de agravamento progressivo com tosse e cansaço;
    • ataxia e alteração do estado de consciência.



Calor e Humidade

      Precauções para os viajantes:
  • A adição de um pouco de sal de mesa à comida ou à bebida (excepto se contra-indicado por qualquer razão médica) pode ajudar a prevenir a fraqueza ou a exaustão, principalmente durante o período inicial de adaptação;
  • Em caso de exaustão ou sudação excessiva, o consumo de alimentos ou bebidas ricos em sais minerais ajuda a repor os electrólitos. Os viajantes mais idosos devem ter particular cuidado em ambientes quentes, ingerindo mais líquidos do que o habitual, uma vez que o reflexo da sede diminui com a idade. Também as crianças mais jovens merecem um cuidado especial para não sofrerem desidratação, devendo, para o efeito, beber líquidos em quantidade suficiente;
  • Um duche diário, com secagem adequada dos pés, o uso de vestuário de algodão largo e a aplicação de pó de talco nas áreas sensíveis da pele, ajudam a reduzir o desenvolvimento ou a propagação destas infecções.


Radiação Ultravioleta

      Precauções para os viajantes:
  • Evitar a exposição ao sol no período das 4 horas em torno do meio-dia, quando a intensidade da radiação UV é maior;
  • Utilizar vestuário que proteja os braços e as pernas (a roupa de Verão é protectora dos UV e, geralmente, mais eficiente que a aplicação de protector solar, mesmo que este seja de boa qualidade);
  • Utilizar óculos de sol protectores dos raios UV e um chapéu de aba larga;
  • Aplicar um protector solar nas áreas do corpo não protegidas por vestuário, renovando a aplicação com frequência; o referido protector deve ser de largo espectro e com um factor de protecção (SPF) de 15+;
  • Tomar particular cuidado com as crianças, verificando se estão bem protegidas;
  • Tomar precauções contra a exposição excessiva sobre ou dentro de água;
  • Verificar se a medicação que se está a tomar não irá afectar a sensibilidade à radiação UV;
  • Se anteriormente já tiverem ocorrido reacções dermatológicas adversas, evitar qualquer exposição ao sol e a produtos que tenham estado na origem dessas mesmas reacções.


Água e Alimentos

      Precauções para os viajantes:
  • Evitar alimentos cozinhados que tenham sido mantidos à temperatura ambiente durante várias horas;
  • Ingerir apenas alimentos que tenham sido completamente cozinhados e, se possível, que ainda estejam quentes;
  • Evitar alimentos crus, excepto frutos e vegetais que podem ser descascados ou desinfectados; evitar igualmente frutos cujo exterior não esteja intacto;
  • Evitar pratos que contenham ovos crus ou mal cozidos;
  • Evitar alimentos adquiridos junto de vendedores ambulantes;
  • Evitar gelados cuja proveniência não é de confiança, incluindo os dos vendedores ambulantes;
  • Informar-se, antecipadamente ou junto das autoridades locais de saúde, sobre peixe e marisco que possam conter biotoxinas venenosas;
  • Ferver sempre o leite não pasteurizado antes de o consumir;
  • Ferver a água de beber sempre que a sua salubridade for duvidosa; quando não for possível, utilizar um filtro certificado, com manutenção adequada, e/ou um agente desinfectante;
  • Evitar o gelo, excepto se produzido com água devidamente desinfectada;
  • Evitar lavar os dentes com água não potável;
  • As bebidas frias engarrafadas ou empacotadas são em geral de confiança, desde que seladas; também as bebidas quentes são geralmente seguras.

Águas de recreio ou lazer: Infecção

      Precauções para os viajantes:
  • Adoptar comportamentos seguros em todas as águas medicinais ou de recreio;
  • Evitar o consumo de álcool antes de quaisquer actividades em águas recreativas ou nas proximidades;
  • Supervisionar continuamente as crianças na proximidade de águas de recreio ou lazer;
  • Evitar temperaturas extremas nas termas ou spas, na sauna, etc. Isto é particularmente importante para os utentes com patologia médica pré-existente, grávidas e crianças pequenas;
  • Evitar a exposição excessiva ao sol;
  • Evitar o contacto com águas contaminadas;
  • Aplicar antiséptico nas feridas e abrasões cutâneos provocados por corais;
  • Evitar engolir qualquer água contaminada;
  • Aconselhar-se junto das autoridades locais sobre a existência de animais aquáticos potencialmente perigosos;
  • Utilizar calçado aquando de caminhadas em zonas costeiras, margens de rios e terreno lamacento.


Animais e Insectos: Mamíferos

      Precauções para os viajantes:
  • Evitar o contacto directo com animais domésticos em zonas onde exista raiva e com todos os animais selvagens ou em cativeiro;
  • Evitar comportamentos que possam assustar ou ameaçar um animal;
  • Garantir que as crianças não se aproximam, tocam ou provocam qualquer animal;
  • Lavar imediatamente qualquer mordedura de animal com desinfectante ou sabão e consultar um médico;
  • Se existir um risco significativo de exposição à raiva, consultar a opinião do seu médico da Consulta de Aconselhamento ao Viajante.


Animais e Insectos: Cobras, Escorpiões e Aranhas

      Precauções para os viajantes:
  • Aconselhar-se junto das autoridades locais sobre a existência, na área, de cobras (serpentes), aranhas e escorpiões venenosos;
  • Evitar andar descalço ou com sandálias abertas em terreno onde possam existir cobras (serpentes), aranhas e escorpiões venenosos; usar calçado fechado e calças compridas;
  • Evitar colocar as mãos ou os pés nos locais onde cobras (serpentes), escorpiões ou aranhas possam estar escondidos;
  • Ser particularmente cauteloso à noite, no exterior;
  • Examinar a roupa e o calçado antes de os utilizar, pois podem ter cobras, aranhas ou escorpiões escondidos.


Animais e Insectos: Animais Aquáticos

      Precauções para os viajantes:
  • Obter informação junto das autoridades locais sobre a existência de animais aquáticos perigosos na zona;
  • Adoptar comportamentos que evitem a provocação de um ataque por predadores;
  • Utilizar calçado aquando de caminhadas junto à costa ou à beira da água;
  • Evitar o contacto com medusas na água ou mortas na praia;
  • Evitar caminhar, circular pela água ou nadar em águas infestadas por crocodilos, em qualquer altura do ano;
  • Consultar um médico após a mordedura ou picada de um animal venenoso.


Animais e Insectos: Insectos e outros vectores de doença

      Meios de protecção para os viajantes:
  • Repelentes de insectos 
    • substâncias que se aplicam na pele exposta ou no vestuário para prevenir o contacto Homem/vector; 
    • deve ser seleccionado um repelente que contenha DEET (N,N-dietil-m-3-metilbenzamida), IR3535® (3-[N-acetil-N-butil]-ácido etílico aminopropiónico) ou Icaridina (1-ácido piperidinecarboxílico, 2-(2-hidroxietil)-, 1-methilpropilester); 
    • devem ser aplicados para providenciar protecção nos períodos em que os insectos picam; 
    • o contacto com as mucosas deve ser evitado; 
    • pode ser necessário reaplicar o repelente a cada 3-4h, especialmente em climas quentes e húmidos. 
  • Redes mosquiteiras
    • excelentes para protecção pessoal durante o sono; 
    • podem ser usadas estando ou não impregnadas de insecticida; 
    • as redes previamente impregnadas são mais eficazes e encontram-se disponíveis no mercado; 
    • devem ser fortes e dimensão da malha não deve ser superior a 1,5 mm.
  • Serpentinas (espirais) 
    • exemplo de vaporizador insecticida que tem, geralmente, como princípio activo um piretróide sintético;
    • uma serpentina é suficiente para um quarto normal durante uma noite inteira;
    • se necessário, as serpentinas também podem ser utilizadas durante o dia.
  • Sprays insecticidas 
    • são eficazes pelo seu efeito imediato e letal;
    • antes de se deitar, os locais onde se pretende dormir devem ser pulverizados;
    • tratar uma divisão com um spray insecticida ajuda a evitar o contacto com insectos, mas o efeito pode ser de curta duração;
    • é recomendada a pulverização associada ao uso de uma serpentina, de um vaporizador ou de um mosquiteiro. 
  • Roupa protectora 
    • pode ser eficaz no exterior em alturas do dia em que os vectores estão activos;
    • a espessura do material é fundamental;
    • o repelente de insectos quando aplicado na roupa tem um efeito mais duradouro do que se for aplicado na pele;
    • a protecção adicional é conseguida pelo tratamento da roupa com permetrina ou etofenprox, com vista a prevenir a picada de mosquito através da mesma;
    • em áreas infestadas por pulgas e carraças, os pés devem ser protegidos através da utilização de calçado apropriado e de entalar as calças nas meias.
  • Ar condicionado 
    • é um meio muito eficaz para manter os mosquitos e outros insectos fora de um quarto de dormir;
    • em hotéis com ar condicionado não é necessário outra precaução no interior das instalações.

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