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Dengue


        Actualmente, entre 2,5 a 3 biliões de pessoas vivem em áreas com risco de infecção por Dengue (ver figura 2), a infecção viral transmitida por mosquitos mais frequente em todo o mundo. A doença encontra-se difundida nas regiões tropicais e subtropicais da América Central e do Sul, África e sudeste da Ásia, e mais recentemente, expandiu para certas regiões da Austrália, continente Norte-Americano e ilha da Madeira (Portugal), acarretando, por isso, risco de transmissão ao viajante.

        O Dengue é causado por um Arbovírus transmitido pelo mosquito Aedes (ver figura 1)um mosquito altamente adaptado ao ser humano, e que pica durante o dia, sobretudo no período do amanhecer e antes do pôr-do-Sol. Não existe transmissão pessoa a pessoa. A doença na maioria dos casos é auto-limitada, com os doentes a recuperarem após alguns dias sem necessidade de tratamento, podendo até não originar sintomas. Geralmente manifesta-se como uma doença febril aguda seguida de sintomas generalizados (tipo gripal), sendo os mais característicos as  intensas dores musculares e intensas dores de cabeça frontais, sobretudo retro-orbitais. Por vezes, pode surgir um eczema na pele. Numa pequena percentagem de casos, a doença pode manifestar-se com sintomas hemorrágicos que, em casos raros, podem constituir perigo de vida caso não se inicie a terapêutica atempadamente.

        Não existem vacinações ou medicações preventivas disponíveis. A prevenção da doença em áreas de risco baseia-se exclusivamente nas precauções gerais.


Figura 1. Mosquito vector Aedes.



Figura 2. Áreas mundiais de risco de transmissão do Dengue.


        Prevenção

        Medidas gerais: evitar exposição nos períodos de maior actividade do mosquito - ao amanhecer e ao entardecer; usar roupas compridas evitando áreas de pele descoberta e usar calçado fechado; utilizar repelentes de insectos com DEET, IR3535 ou icaridina na pele e roupa (puffs regulares ao longo do dia); eliminar quaisquer recipientes/reservatórios/locais de água parada (como os pratos dos vasos, baldes, caixotes do lixo abertos, entre outros) perto do local de estadia - locais onde se desenvolve o mosquito. 

        Em áreas endémicas para o dengue, em caso de aparecimento de sintomatologia suspeita - nomeadamente febre, até 15 dias após o último dia de viagem - o viajante deverá procurar imediatamente assistência médica. Não esquecer que muitos dos locais de risco de infecção por dengue o são também em relação à malária (informe-se na Consulta de Aconselhamento ao Viajante), e no caso desta doença o aparecimento de febre até 3 meses após o fim da viagem é uma emergência médica. 

        Em caso de Dengue:  
  • Deverá ser evitado, a todo o custo, novas picadas pelo mosquito Aedes no período febril. O viajante deverá, se possível, repousar no leito com rede mosquiteira;
  • Ingerir muitos líquidos;
  • O uso de aspirina e anti-inflamatórios não esteróides (como o ibuprofeno, diclofenac e outros...) não são aconselhados, sendo segura a utilização de paracetamol;
  • Procurar assistência médica.
        O viajante deverá informar-se na Consulta de Aconselhamento ao Viajante sobre o potencial risco de infecção a este agente para a área onde pretende viajar.
 

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