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Encefalite Japonesa


        A Encefalite Japonesa é uma doença inflamatória do sistema nervoso central, causada por um vírus que pertence à família dos Flaviviridae. O vírus da Encefalite Japonesa, é responsável por cerca de 45.000-50.000 casos reportados anualmente, sendo também a forma de encefalite epidémica e esporádica mais importante, nas regiões tropicais da Ásia, incluindo países como o Japão, China, Taiwan, Coreia, Filipinas, todos os países do Sudeste Asiático e Índia. A taxa de mortalidade é elevada, situando-se entre os 15-40%.
Os países que têm epidemias comprovadas são: Índia, Paquistão, Sri Lanka, Myanmar, Laos, Vietname, Malásia, Singapura, Filipinas e Indonésia.
Nas regiões endémicas, o vírus é mantido na natureza entre mosquitos (vectores) do género Culex, aves selvagens, aves e porcos domésticos.

        As infecções são maioritariamente assintomáticas em cerca de 90% dos casos. Quando sintomáticas, o período de incubação é de 4-14 dias nos humanos, período esse durante o qual os doentes apresentam alguns dias de febre, congestão nasal, mialgias generalizadas, diarreia e calafrios. Cefaleias, vómitos e diminuição da consciência podem dar lugar a convulsões que são geralmente tónico-clónicas. Não há tratamento específico, apenas de suporte, sendo portanto fundamental a prevenção da doença.

        É pois imperativo programar a sua Consulta de Aconselhamento ao Viajante, idealmente nas 4-8 semanas prévias, se pensa viajar para uma área de risco.

Figura 1. Áreas de risco para infecção por vírus da Encefalite Japonesa (a amarelo).

        Prevenção

        Medidas gerais: evitar exposição nos períodos de maior actividade do mosquito - ao amanhecer e ao entardecer; usar roupas compridas evitando áreas de pele descoberta e usar calçado fechado; utilizar repelentes de insectos com DEET, IR3535 ou icaridina na pele e roupa (puffs regulares ao longo do dia); aplicar rede mosquiteira na cama, se possível impregnada com insecticida (permetrina); ar condicionado (quando possível) é um método bastante eficaz de afastar os mosquitos do quarto.

        Vacinação: aconselha-se a vacinação a todos os residentes em áreas endémicas para o vírus; aqueles viajantes que visitam áreas endémicas por mais de 30 dias na época de transmissão (pode considerar-se vacinação em viajantes com estadias menores do que 30 dias em áreas endémicas, sob determinadas circunstâncias: médicos veterinários, pessoas que trabalham nas aldeias ou zonas endémicas específicas, durante determinados surtos epidémicos em que o risco de contrair a doença seja consideravelmente elevado), particularmente aqueles que se prevê que tenham uma actividade ao ar livre (campismo, caminhadas, passeios de bicicleta, outras actividades, especialmente em áreas de irrigação de campos por alagamento) considerável em zona rural; e ainda ex-patriados que pretendam residir em áreas endémicas ou epidémicas para o vírus durante a estação de transmissão ou mais tempo. A vacina é constituída por vírus inactivado, e são fornecidas 3 doses, segundo o esquema 0, 7 e 28 dias (ou quando o tempo de espera assim não o permite, aos 0, 7 e 14 dias); duas doses fornecem imunidade em 80% dos casos, enquanto o esquema completo de 3 doses, 95%. O reforço é feito 1 ano após e subsequentemente de 3 em 3 anos quando for necessária uma protecção continuada.

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